quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Introdução ao tema

Desde a década de 1980 a evolução tecnológica evoluiu de forma logarítmica e muitas pessoas não conseguiram acompanhar essa evolução e foram tragadas pelos inúmeros aparatos tecnológicos existentes. Grande parte dessas pessoas desistiu de acompanhar a evolução e passou a ignorar a tecnologia existente a sua volta.

Isso fez com que a compreensão do funcionamento de alguns objetos tecnológicos passasse a ser visto quase como mágicos ou lúdicos. Essa tecnologia é tão bem empregada que muitas vezes beira à perfeição, ou seja, se torna quase real, isso faz que com que as pessoas tenham dificuldade em diferenciar o que é real e o que é fictício. O designer que muitas vezes é o intermediário entre a tecnologia e a arte tem como objetivo conceituar, desenvolver, diagramar e criar produtos baseando-se em estudos psicológicos e sensoriais humanos. Esse trabalho pode ser tão bem elaborado que ganha um valor simbólico e desperta o desejo de consumo das pessoas onde muitas vezes nem o próprio designer tem consciência do poder de sua criação que contribuem para o mundo hiper-real.

O Central Park, nos Estados Unidos, que, embora muita gente não saiba, é artificial, ou seja, os lagos cachoeiras são desligados e ligados a qualquer momento, são totalmente manipuláveis.
Sendo assim é criada uma hiper-realidade sobre um assunto, isto é, quando a mente não consegue distinguir o que é realidade e o que é fantasia e a pessoa passa a se relacionar com o assunto sem dispor da compreensão do que ele realmente é. O grande perigo disso é que passamos a acreditar e interagir com essa realidade acreditando que ela seja real, quando na verdade é criada e manipulada pelo homem.

A característica principal do mundo hiper-real é a criação de uma realidade bem próxima da real, mas com mudanças, deixando-a aperfeiçoada. Hiper-realidade é o conceito desenvolvido pelo filosofo pós-moderno Jean Baudrillard que mostra que atualmente em muitas situações as simulações e o fantasioso determinam o real.

Series de TV como CSI e House que influenciaram centenas de jovens a estudarem medicina. Mas, nessas series tudo é fictício: os personagens médicos não existem, os ambientes de trabalho são irreais, e as situações são artificiais. No entanto os jovens passarão anos estudando e viverão situações bem reais no meio médico. E essa é mais uma situação onde uma simulação determina real.

A enciclopédia virtual Wikipédia cita um exemplo de outro tipo de hiper-realidade, a que o McDonald’s cria “... o "M" arqueado do McDonald´s cria um mundo com a promessa de uma quantidade interminável de comida "padronizada", idêntica até nos mínimos detalhes, quando na "realidade" (de acordo com a crítica) o "M" não representa nada e a comida produzida não é idêntica ou mesmo infinita, mas de ingredientes de baixa qualidade. segundo recentemente tornou-se óbvio, por fatores como o documentário Super Size Me) que têm até mesmo sua procedência obscurecida, tanto que se torna mesmo difícil identificá-los. ”

No século 348/347 a.C. Platão nos deu um belo exemplo de hiper-realidade com o mito da caverna em que relata homens que nasceram e cresceram acorrentados dentro de uma caverna, de costas para a entrada, e viam somente as sombras projetadas na parede da caverna. Para esses homens, a única realidade existente eram as sombras.

Um dia um deles consegue fabricar um instrumento para se livrar das correntes e aos poucos com muita dificuldade consegue sair da caverna e descobre a verdadeira realidade que o rodeava, com toda a natureza e mundo para descobrir.

Nessa pesquisa vale também apontar as relações entre simulações, hiper-realidade e a natureza do ser humano que nunca aceitou o mundo real como ele realmente é e sempre atribuiu significados e valores para as coisas. Uma coroa de um rei é nada mais que metal modelado que não tem nenhuma função prática, se o valor prático tivesse mais importância um chapéu de palha que nos protege do sol seria melhor, nesse caso é o significado da coroa que tem importância.

Tudo que o mundo físico nos apresenta passa por um processo mental que pode rearranjar o que conhecemos e criar novos conceitos, novas idéias. Esse rearranjo é a base da fantasia, da imaginação e da criatividade que contribuem tanto para a aceitação quanto para a elaboração de mundos hiper-reais.

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